Primeira versão (1901), precedida de “O mecanismo psíquico do esquecimento” (1898)
“Nada de ‘tour pelo Sul’ este ano; além do mais, a companheira de viagem está em falta — por causa da doença de Minna, Martha também se encontra inamovível. Vida cotidiana verá a luz do público por esses dias, mas provavelmente nascida apenas pela metade, de modo que só poderei te enviar a separata em agosto. É grande demais para um único número da Monatsschrift [Revista Mensal].”
Sigmund Freud
Trecho de carta a Wilhelm Fliess,
4 de julho de 1901
R$ 80,00
Como não pensar, diante do título desta obra de Hélène Cixous, na série homônima de pinturas de Pablo Picasso em que a modelo Dora Maar é retratada, assim como nossa Dora, em diferentes momentos da sua vida psíquica? Esse caráter inovador, quiçá iconoclasta da peça não subtrai, contudo, à obra, sequer por um breve instante, a eficácia da sua estrutura: as personagens enunciam concomitantemente diferentes camadas das suas experiências sensíveis a partir de um imaginário que lhes é próprio, permitindo que o diálogo entre as esferas relacionais se torne perceptível, por vezes palpável, ao mesmo tempo a partir do indivíduo e do lugar que ele ocupa na relação com o outro.
Izabella Borges
É quase fácil demais, quase perfeito demais. Dora é a personificação do interdito que recai sobre a boca do amor; é a arquifeminilidade. Cumpre trabalhar com estados mais complexos, não consumados, menos barrados, mais vertiginosos. É muito datado esse ontem que ainda é hoje. Cumpre agora abordar o hoje que anuncia o amanhã, com riscos outros além da homossexualidade que não quer dizer seu nome. Seria, por exemplo, uma relação de entrega entre a homossexualidade e a heterossexualidade.
Hélène Cixous
Le Monde, 26 de fevereiro de 1976
R$ 60,00
A cura pela fala, que teve início ainda no século XIX e em que “Anna O.”, como uma espécie de Sherazade, criava contos de fadas que diminuíam os efeitos da histeria — que a ajudaram a se curar e permitiram que Breuer desenvolvesse seus métodos terapêuticos —, continuou também durante a vida posterior de Bertha Pappenheim. Foi falando, inventando narrativas, peças de teatro, discursos e conversando com mulheres de todas as classes e origens, que ela reinventou a própria história e transformou a de tantas outras. Imaginar mundos pode parecer uma fuga, mas, na realidade, é um caminho para o reconhecimento de si e do outro e para o enfrentamento do que parece insolúvel.
– Noemi Jaffe
R$ 60,00
Os textos que Freud baniu de "A interpretação dos sonhos'"
“Ano passado (1913), o Dr. A. A. Brill, em Nova York, realizou uma tradução em inglês deste livro [The interpretation of dreams (London: G. Allen & Co.)].
Desta vez, o Dr. Otto Rank não só cuidou das correções, como também enriqueceu o texto com duas contribuições independentes (Apêndice, Cap. VI)
Viena, junho de 1914”.
Sigmund Freud,
Prefácio à quarta-edição de Die Traumdeutung [A interpretação dos sonhos]
Saiu na imprensa:
- Revista Percurso (n. 71, ano XXXV/dez. 2023): Otto Rank e as ecruzilhadas da Psicanálise
R$ 59,00
A educação é ferramenta indispensável para formar a criança e prepará-la para a vida, mas também arma potente para reduzir desigualdades e mudar o mundo. É assim que se compreendem os pioneiros chegados à Palestina no início do século XX, fundadores das coletividades agrícolas socialistas judaicas. Esse estranho cruzamento entre ideias marxistas do Leste Europeu e movimento sionista deu azo a experiências educacionais coletivas de grande inventividade, sobretudo com os nascidos nos kibutzim do Ha-Shomer Ha-Tza’ir — onde a psicanálise teve um papel central, ainda que controverso. Liebermann, que viveu em kibutz na adolescência, oferece um relato vivo dessa história, analisando as contribuições da psicanálise freudiana para a pedagogia moderna.
Saiu na imprensa:
- Lacuna: Resenha | Freud no kibutz
R$ 115,00
ou até 2x de R$ 57,50
Apenas no feminino essa reversão da pulsão em si não se chama “perversão”, mas o seu delongar, o seu resumir estão dados junto com sua meta. Assim, a rigor não existe, dentro de seu princípio, um mero prazer preliminar (no sentido freudiano), nada de provisório no decorrer do erotismo: o feminino deve ser definido como aquilo que o dedo mindinho significa para a mão. Não no sentido de um contentamento ascético, muito pelo contrário: pois o menor espaço já permite, à ternura, que ela se realize completamente dentro dele, que abranja com o mínimo possível o total do âmbito amoroso (mais ou menos como Dido fez com a pele do touro em Cartago).
Lou Andreas-SaloméSaiu na imprensa:
- Revista Cult: Limites intransponíveis ou inócuos traços de giz? Quatro ensaios de Lou Andreas-Salomé
- Lacuna: Resenha | “Sobre o tipo feminino” e outros textos (Andreas-Salomé, 2022)
- Revista Percurso (n. 69, ano XXXV/dez. 2022): Lou Andreas-Salomé: contornos possíveis de uma pensadora da totalidade
R$ 89,00
Parafraseando “As versões homéricas” de Borges, nenhum problema é tão consubstancial com o psiquismo humano e seu modesto mistério como o que propõe uma tradução. Este ensaio freudiano já recebeu algumas versões, com estratégias diversas para o seu título enigmático. Neste volume, organizado e anotado pelo tradutor, a opção – advinda de sua experiência clínica e de uma correlata investigação filológico-lexical do português – é pelo incômodo, que nos guia por onde literatura e psicanálise alternam suas luzes e sombras. Se cômodo é onde se guardam segredos de alcova, pode o leitor ajeitar-se em sua poltrona e, com os inusitados sentidos aqui propostos, iniciar a leitura.
Susana Kampff Lages
Saiu na imprensa:
- Revista Rosa: O incômodo de uma tradução: comentário à nova tradução de Das Unheimliche, de Sigmund Freud
- Leia Mais BA: Nova tradução de texto clássico de Freud é lançada pela editora Blucher
R$ 49,00