Nasceu em Orã, na Argélia, país do qual partiu em 1955 para seguir os estudos na França, onde vive até hoje. Ao longo da década de 1960, enquanto colaborava com iniciativas feministas e participava do movimento contestatório que culminaria em maio de 1968, desenvolveu seu doutorado acerca da obra de James Joyce. Ao lado de Jacques Derrida, participou da criação da Universidade de Vincennes (Paris 8), onde foi responsável, em 1974, pela fundação do que viria a se tornar o Centro de Estudos Femininos e de Estudos de Gênero. Escritora prolífica, tanto de ensaios quanto de teatro e ficção, recebeu prêmios importantes, como o Médicis (1969) e o Marguerite Duras (2014), tornando-se conhecida no Brasil especialmente por ter sido uma das grandes entusiastas e promotoras da obra de Clarice Lispector no continente europeu. Sempre em diálogo com a psicanálise, Cixous chegou a afirmar, numa matéria publicada em 26 de fevereiro de 1976 — dia da estreia da encenação de Retrato de Dora — que, enquanto autora, ela trabalha “o mais perto possível do inconsciente”, de modo que é “para essa outra cena” que se abre a sua escrita.