Retrato de Dora

selo: Blucher | 2024 - 1ª edição | coleção: Pequena biblioteca invulgar

R$ 60,00

Sinopse

Como não pensar, diante do título desta obra de Hélène Cixous, na série homônima de pinturas de Pablo Picasso em que a modelo Dora Maar é retratada, assim como nossa Dora, em diferentes momentos da sua vida psíquica? Esse caráter inovador, quiçá iconoclasta da peça não subtrai, contudo, à obra, sequer por um breve instante, a eficácia da sua estrutura: as personagens enunciam concomitantemente diferentes camadas das suas experiências sensíveis a partir de um imaginário que lhes é próprio, permitindo que o diálogo entre as esferas relacionais se torne perceptível, por vezes palpável, ao mesmo tempo a partir do indivíduo e do lugar que ele ocupa na relação com o outro.

Izabella Borges


É quase fácil demais, quase perfeito demais. Dora é a personificação do interdito que recai sobre a boca do amor; é a arquifeminilidade. Cumpre trabalhar com estados mais complexos, não consumados, menos barrados, mais vertiginosos. É muito datado esse ontem que ainda é hoje. Cumpre agora abordar o hoje que anuncia o amanhã, com riscos outros além da homossexualidade que não quer dizer seu nome. Seria, por exemplo, uma relação de entrega entre a homossexualidade e a heterossexualidade.

Hélène Cixous
Le Monde, 26 de fevereiro de 1976

Hélène Cixous

Nasceu em Orã, na Argélia, país do qual partiu em 1955 para seguir os estudos na França, onde vive até hoje. Ao longo da década de 1960, enquanto colaborava com iniciativas feministas e participava do movimento contestatório que culminaria em maio de 1968, desenvolveu seu doutorado acerca da obra de James Joyce. Ao lado de Jacques Derrida, participou da criação da Universidade de Vincennes (Paris 8), onde foi responsável, em 1974, pela fundação do que viria a se tornar o Centro de Estudos Femininos e de Estudos de Gênero. Escritora prolífica, tanto de ensaios quanto de teatro e ficção, recebeu prêmios importantes, como o Médicis (1969) e o Marguerite Duras (2014), tornando-se conhecida no Brasil especialmente por ter sido uma das grandes entusiastas e promotoras da obra de Clarice Lispector no continente europeu. Sempre em diálogo com a psicanálise, Cixous chegou a afirmar, numa matéria publicada em 26 de fevereiro de 1976 — dia da estreia da encenação de Retrato de Dora — que, enquanto autora, ela trabalha “o mais perto possível do inconsciente”, de modo que é “para essa outra cena” que se abre a sua escrita.

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Detalhes do livro

  • Tipo:  Livro Impresso
  • ISBN:  9788521219989
  • Acabamento:  Brochura
  • Total de Páginas:  145 páginas
  • Coleção:  Pequena biblioteca invulgar
  • Ano da Edição:  2024
  • Peso:  0,205 kg