Cristalizado aqui na forma de seis entrevistas, conduzidas entre 1991 e 2011, o diálogo contínuo entre André Green e Fernando Urribarri revisita e interroga a totalidade da obra greeniana.
Como responder à crise da psicanálise? Como fazer frente aos desafios colocados por um campo clínico que se estende para além da neurose? De que forma os aportes de Lacan, Winnicott ou Bion vêm renovar o edifício freudiano? Como articular o intrapsíquico e o intersubjetivo? Como a teoria geral da representação cunhada por Green elucida os fracassos da simbolização? Como repensar o enquadramento analítico e suas variações, notadamente a partir da noção de enquadramento interno do analista?
Do afeto ao pensamento clínico, passando pela loucura privada e pelo trabalho do negativo, acompanhamos passo a passo a gênese e o desfraldamento das ideias capitais daquele que se esforçou para construir, depois de Freud e com Freud, um novo modelo teórico e clínico, suscetível de responder aos desafios da psicanálise contemporânea.
André Green (1927-2012) foi um dos mais influentes psicanalistas de sua geração. Nascido no Egito, fez sua formação em Paris, onde acompanhou por sete anos o Seminário de Lacan. Além disso, buscou subsídios para seu pensamento clínico em Melanie Klein, Bion e Winnicott. Suas ideias, fundamentais para o desenvolvimento da psicanálise contemporânea, estão presentes em inúmeros artigos e livros, dentre os quais: "Narcisismo de vida, narcisismo de morte" (Escuta, 1983) e "O trabalho do negativo" (Loyola, 1993).
Saiba maisÉ membro da Associação Psicanalítica Argentina (APA), onde coordena o grupo de pesquisa Espaço André Green. Lecionou na Universidade de Buenos Aires (UBA) e foi professor convidado nas universidades Columbia e Paris X. Foi colaborador de André Green em todas as suas obras posteriores a 2001. É autor de numerosos artigos sobre a psicanálise contemporânea, traduzidos para vários idiomas, e dos livros "Autour de l'oeuvre d'André Green: enjeux pour une psychanalyse contemporaine" (PUF, 2005) e "Après Lacan: le retour à la clinique" (Ithaque, 2017).
Saiba mais
Um discurso sempre vivo
Cláudio L. Eizirik
Diário de bordo da pesquisa contemporânea
Fernando Urribarri
1. 1991. Do sujeito da pulsão ao sujeito brincante
O novo campo clínico, nos limites da analisabilidade
2. 1996. Depois de Freud, com Freud
Renovar os fundamentos da metapsicologia
3. 2001. O pensamento clínico
Renovar os fundamentos da técnica
4. 2009. A revolução silenciosa
O que é o contemporâneo em psicanálise?
5. 2009. Carregar a morte em si
A mãe morta e as questões da destrutividade
6. 2011. A psicanálise contemporânea, a caminho
1960-2011: rumo a um novo paradigma
Anexo I - 1999
Carta aberta de André Green à revista Zona Erógena
Anexo II - 2012
O legado de André Green: rememorar, elaborar, assumir
Bibliografia
Índice onomástico
Índice de conceitos