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Ana Maria Azevedo nos oferece neste livro um panorama consistente de sua travessia pela vida e pela psicanálise. O livro é dividido em três segmentos que se relacionam dinamicamente entre si: “Reflexões teóricas”, “Trabalhos clínicos revisitados e comentários atuais” e “Trabalhos clínicos recentes”. As “Considerações finais” nos permitem um olhar retrospectivo que abarca toda a obra, ou melhor, toda a “viagem”, como nomeia a autora. Azevedo traz importantes considerações sobre a autonomia e a originalidade da psicanálise latino-americana e discute em profundidade a importância e a atualidade da noção de pulsão e suas relações com o somático, a busca por representação e constituição do psiquismo, colocando o sonho como elemento fundamental desse processo, fruto do trabalho psíquico.
Os trabalhos clínicos nos trazem uma analista sensível, criativa e algumas vezes poética, sempre incluída na relação analítica, “sem pretensões a uma impossível neutralidade”. Revelam a ideia de que os escritos psicanalíticos são autobiográficos, pois na verdade "escrevemos sempre sobre o que nos interessa, e o que mais nos interessa é o que vivenciamos e precisamos elaborar”.
O livro é de leitura extremamente útil aos psicanalistas e também aos iniciantes, por trazer um harmonioso equilíbrio entre teoria e prática clínica, mostrando-se um belo exemplo de pensamento clínico e uma magnífica ilustração da travessia de construção de uma identidade psicanalítica, com a liberdade de não se enclausurar num único autor e com criatividade pessoal, sem perder de vista a importante e fundamental especificidade da psicanálise.
Psicanalista, analista didata da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP) e analista de crianças e adolescentes. Na SBPSP, foi presidente de 1988 a 1992, e na Associação Internacional de Psicanálise (IPA), foi secretária geral e, posteriormente, vice-presidente por dois biênios, 1997-1999 e 2000-2002. Redatora da Revista Brasileira de Psicanálise de 1983 a 1985 e editora associada da Revista Caliban, da Federação Psicanalítica da América Latina (Fepal).
Saiba mais
Prefácio
Apresentação
Introdução
Parte I. Reflexões teóricas
Investigação e processo analítico
O modelo da colonização na psicanálise latino-americana
Corpo, fantasia, representação
A reflexão do analista: a ampliação do campo de observação em psicanálise
A representação das pulsões nos sonhos
Representação/ato: a representação e seus limites
A pulsão de morte
O presente: caesura entre o passado e o futuro
A teoria da transferência e a compulsão à repetição
Considerações sobre o tempo
Parte II. Trabalhos clínicos revisitados e comentários atuais
Considerações em torno de uma experiência
Modelos e conjecturas: transformações do analista frente ao material clínico
Mudanças
Evoluções
Édipo: mito e complexo
O mesmo e o outro
A interpretação dos sonhos na validação do processo clínico psicanalítico
Parte III. Trabalhos clínicos recentes
Trauma e processos de mudança
A representação psíquica e o trabalho de figurabilidade no analista
Dor psíquica: limites do analisável
O barulho do silêncio
Considerações finais
Referências