A repressão das pulsões incestuosas permite a estruturação mental do indivíduo, é um mecanismo mental inconsciente que organiza a vida afetiva e cognitiva do ser humano. Desse modo, para entender o que vem a ser um ato incestuoso, devemos avaliar o significado social e cultural de família, pois o incesto é um assunto de família. Por outro lado, apesar da existência de diferentes tipos de famílias, elas sempre serão um constructo social, devendo ser respeitadas pois são a célula do tecido social.
A ausência das funções familiares primárias nas famílias incestuosas não deveria ser entendida exclusivamente como abuso sexual. O incesto é um ato destrutivo determinado por um jogo de poder sobre o outro.
É médico psiquiatra e psicanalista, mestre e doutor em Psicologia Social pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUSP), livre docente em Ética Médica pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). Professor associado da FMUSP e coordenador do Centro de Estudos e Atendimento Relativos ao Abuso Sexual (CEARAS). Professor responsável pelas disciplinas de graduação Bioética e Bioética Clínica na FMUSP e pela disciplina de pós-graduação Bioética, Saúde e Justiça na mesma instituição. Ex-presidente da Academia de Medicina de São Paulo e ex-presidente da Comissão de Bioética do Hospital das Clínicas da FMUSP. Participou de duas obras que receberam o Prêmio Jabuti: Bioética (Edusp, 3. ed., 2008), como organizador, e Clínica psiquiátrica: a visão do Departamento e do Instituto de Psiquiatria do HCFMUSP (Manole, 2012), como colaborador.
Saiba mais
Introdução
1. O que é incesto?
2. Questões sobre o tabu
3. Abrangência da psicopatologia forense
4. Incesto e “bios”
5. Incesto e “psyché”
6. Incesto e “ars”
7. Incesto e “mythos”
8. Incesto e “religio”
9. Incesto e “lex”
10. Visão psicossocial do incesto
11. Atendimento às famílias incestuosas
12. Considerações finais
Referências