As “relações de objeto” se referem, na psicanálise, ao modo como se dão as relações do sujeito com os outros humanos. Desde Freud, essa noção tem servido como um instrumento teórico para pensar e para fundamentar o trabalho clínico, mas ela acabou também por designar uma corrente de pensamento específica na história da psicanálise. Neste livro, elaborado a partir de Simpósio ocorrido em agosto de 2018 no Instituto Sedes Sapientiae, reunimos diversos psicanalistas para discutir o tema, tanto em seus aspectos histórico-conceituais, quanto visando uma análise crítica que reavalie o seu sentido e seu valor no presente e no futuro da psicanálise. A proposta, desde o princípio analítica, sugere ainda que os autores abordem os dois termos em questão – as relações e os objetos – de modo relativamente independente, e que possam também correlacioná-los às problemáticas do Eu e do Self.
Psicanalista, membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae e professor, neste Instituto, dos cursos “Psicanálise”, “Psicossomática Psicanalítica” e “Drogas, Dependência e Autonomia”. Doutor pelo Instituto de Psicologia da USP (IPUSP) e Pós-Doutorado na PUC-SP, é autor dos livros Relações de objeto (Blucher, 2017), Adicções: paixão e vício (Casa do psicólogo, 2011) e Sonhar, dormir e psicanalisar: viagens ao informe (Escuta, 2008), entre outros.
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Professor associado (livre-docente) do Instituto de Psicologia da USP. Autor de Por que Winnicott? (2016, Zagodoni); Psicanálise do SER (2020, EDUSP); Teorias psicanalíticas do desenvolvimento: estudo histórico-crítico-comparativo. (Volume 1. Origens e consolidação [2022], Volume 2. Atualidade [2024, no prelo], Blucher); Winnicott & companhia (Volume 1. Winnicott e Freud e Volume 2. Winnnicott, Klein e Ferenczi, 2022, Blucher); dentre outros títulos.
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Apresentação
Parte I – Leituras histórico-críticas
1. A virada de 1928: Sándor Ferenczi e o pensamento das relações de objeto na psicanálise
Daniel Kupermann
2. Tradição e ruptura na clínica: Ferenczi, relações de objeto e a psicanálise relacional
Nelson Ernesto Coelho Junior
3. Onde vivem as pulsões e seus destinos: uma reflexão
Elisa Maria de Ulhôa Cintra
4. A busca do objeto
Decio Gurfinkel
5. A falta que Bion faz. Considerações sobre as relações de objeto nas teorias psicanalíticas
Luís Cláudio Figueiredo
6. Lacan e as Relações de Objeto
Christian Dunker
Parte II – Desdobramentos e debates
7. Stein, Lacan e o narcisismo primário: um momento-chave na história da Psicanálise
Renato Mezan
8. A antropofagia do objeto. Desconstrução e Reconstrução
Ana Maria Sigal
9. De “objeto da pulsão” a “objeto-fonte da pulsão”: um imperativo epistemológico
Flávio Carvalho Ferraz
10. O eu, o Self e a clínica contemporânea
Daniel Delouya
11. Sobre a gestão neoliberal do sofrimento psíquico e social. Sujeito, Governo e Ciência em tempos sem sombras
Nelson da Silva Junior
12. É adequado referir-se aos relacionamentos humanos como relações de objeto?
Leopoldo Fulgencio
Sobre os autores