Antonino Ferro investiga a gênese do sofrimento psíquico, evidenciando o trabalho “a quatro mãos” que analista e paciente constantemente desenvolvem juntos. Por meio de contínuas exemplificações clínicas, chama a atenção para o (não) funcionamento do analista na relação com o paciente e para os remédios que a cura psicanalítica oferece à dor psíquica. Especialmente, identifica a “narração transformadora” que acontece na sala de análise como um dos mais importantes fatores de cura.
O autor, neste volume, continua o percurso iniciado em seus trabalhos anteriores – objeto de estudo em muitos institutos de psicanálise no mundo –, desenvolvendo o pensamento de Bion e o conceito de campo analítico com foco no papel central do “funcionamento onírico da mente mesmo quando acordados”.
Esta abordagem original para o problema dos fatores terapêuticos na psicanálise interessa a todos os psicanalistas e psicoterapeutas, atuantes ou em treinamento.
Antonino Ferro é analista didata e supervisor na Società Psicoanalitica Italiana (SPI), da qual foi presidente (2013-2017), e membro da American Psychoanalytic Association (APsaA) e da International Psychoanalytical Association (IPA). Tem sido professor convidado de diversas instituições na Europa, na América do Norte, na América do Sul e na Austrália.
Recebeu o Sigourney Award em 2007. É autor de numerosos artigos sobre clínica, técnica e teoria da técnica publicados em revistas de psicanálise na Itália e em outros países. É autor dos livros “Tormentos de almas” (Blucher, 2017), “Na sala de análise: emoções, relatos, transformações” (Blucher, 2019), “A psicanálise como literatura e terapia” (1999) e “Evitar as emoções, viver as emoções” (2007), esses dois últimos no prelo pela editora Blucher.
Prefácio à edição brasileira
Elias Mallet da Rocha Barros
Prefacio à primeira edição
Florence Guignard
Introdução
Stefano Bolognini
1. Fatores de doença e defesas
2. Cultura da rêverie e cultura da evacuação
3. Continente inadequado e violência das emoções
4. O après-coup e a cegonha: campo analítico e pensamento onírico
5. Sonho de vigília e narrações
6. “Evidências”: partir novamente de Bion 133
7. Da tirania do superego à democracia dos afetos: o trânsito transformador na mente do analista
8. A autoanalise e os gradientes de funcionamento do analista
9. Crise da idade-dobradiça e crise de acontecimentos-dobradiça
10. Psicanálise e narração
Referências
Posfácio: a bicicleta com rodinhas, os tios e a cantiga dos dez “P”
Vincenzo Bonaminio