A função psicanalítica da personalidade
Marina F. R. Ribeiro oferece este livro como uma contribuição psicanalítica fundamental para esclarecer as coordenadas emocionais que determinam a invariância do trabalho clínico. Essas coordenadas são fornecidas pelo que Bion chamou de função psicanalítica da personalidade. A influência de Klein e Bion é nítida em Marina, que mostra em seus textos, cuidadosa e delicadamente, como segue um dos principais princípios clínicos de Bion: “abandonar a memória, o desejo, e a necessidade de compreensão”, de modo que seus sentidos de observação, sobressaindo a intuição, possam permanecer de uma forma insaturadamente poética até ser capaz de fazer observações “científicas” da vida emocional de seus pacientes. Os leitores deste livro certamente irão realizar a profundidade de seu trabalho, como uma dádiva para a inovação do pensamento psicanalítico e da capacidade de exercer de forma livre as conjecturas imaginativas e racionais, e os processos cuidadosos de reflexão, que conduzem o trabalho psicanalítico com cada paciente em sua singularidade.
– Arnaldo Chuster
Psicanalista. Professora doutora do Instituto de Psicologia da USP (IPUSP). Coordenadora do LipSic: Laboratório Interinstitucional de Estudos da Intersubjetividade e Psicanálise Contemporânea. Autora de diversos livros e artigos, entre eles: "De mãe em filha: a transmissão da feminilidade". Coautora de: "Bion em nove lições: Lendo Transformações"; coautora de "Por que Klein?"; organizadora de "Por que Ogden?"; coautora de "Chuva n'alma: a função vitalizadora do analista".
Saiba mais
Prefácio
Roosevelt Cassorla (in memoriam)
Antes do primeiro ato: a complexidade da conversa sonhante
Primeiro ato
O conceito de identificação projetiva e alguns de seus desdobramentos transformativos
1. Uma reflexão conceitual entre identificação projetiva e enactment: O analista implicado
2. Da identificação projetiva ao conceito de terceiro analítico de Thomas Ogden: um pensamento psicanalítico em busca de um autor
Segundo ato
Sobre transformações, reverie e intuição psicanalítica
3. A intuição psicanalítica e a reverie: captando fatos ainda não sonhados
4. Sobre intuição psicanalítica: a afetação enigmática
5. Transformações: vértices oscilantes entre uma psicanálise epistemológica e ontológica
Terceiro ato
A função psicanalítica da personalidade e suas apresentações nas narrativas imaginativas e nas palavras aladas
6. Alguns apontamentos acerca da função psicanalítica da personalidade no campo analítico
7. Narrativas imaginativas na sala de análise: W. Bion, Antonino Ferro, Thomas Ogden e Mia Couto
8. As palavras aladas na conversa sonhante
9. A função psicanalítica da personalidade do analista e a linguagem de alcance psicanalítico (o analista no seu ofício contínuo de vir a ser)
10. Destinatários do amor: continentes para a função psicanalítica da personalidade
Além de três atos: a pesca do fragmento intersubjetivo