A criança insubmissa, versão da criança rebelde e opositiva, desponta neste trabalho como personagem que faz contraponto às imposições performáticas e às exigências de obediência irrestrita na infância. Analisamos as origens da insubmissão psíquica, propondo a presença de uma potência subversiva do gesto criativo como fundamento para a apropriação de si e para o desenvolvimento da potencialidade política das crianças. Considerando os paradoxos da infância e discutindo o papel dos afetos para a constituição dessa potência, percorremos as formas de resistência encontradas pelas crianças em direção à autonomia e à liberdade criativa, destacando a dimensão ético-política do psicanalista que valoriza o encontro, resiste aos projetos de homogeneização e privilegia a dignidade humana.
É psicanalista, doutora em Psicologia Clínica pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), associada ao Círculo Psicanalítico de Pernambuco (CPP) e sócia do CPPL, onde realiza um trabalho institucional atendendo crianças com transtornos precoces e ministrando aulas sobre a clínica psicanalítica de crianças e adultos.
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