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Antes de mais nada, é para nós mesmos que escrevemos, testemunhando as lutas que travamos para resolver as dificuldades do encontro analítico. Tornamo-nos psicanalistas, entre outras coisas, por causa da relação entre psicanálise e verdade.
De um modo geral, Tiago Mussi nos mostra que a interpretação psicanalítica é necessariamente terapêutica. A verdade é o alimento da alma. O relato das relações trânsfero-contratransferenciais fazem objeto de uma descrição clara e detalhada, mostrando que sempre que possível deve-se fazer um esforço nesse sentido.
A linguagem poética do autor e a leveza das suas expressões nos fazem mergulhar no universo dessa constatação da sua vivência psicanalítica. Somente a vida psíquica e o pensamento podem nos retirar da rotina do ódio. Acredito que tornar-se psicanalista foi para o autor um ato de fé.
Admar HornPsiquiatra e membro provisório da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro (SBPRJ). Tem Mestrado em Psicologia pela Université Paris 13. Escritor de livros de ficção, é autor de “Onde os paranoicos acassam” e “Porque os loucos escrevemos livros tão bons?”. Em 2016, recebeu o Prêmio Rio de Literatura pelo romance “Tão fútil e de tão mínima importância”.
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