Conheci Marielle há 10 anos, durante seminário sobre a obra de Freud, coordenado por mim, na Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, quando causou ótima impressão. Jovem - bem mais jovem que a média dos colegas que fazem a formação para psicanalista naquela instituição - e tão capaz de pensar com liberdade, fazer perguntas indiscretas, colocar difíceis problematizações, enfim, questionar. Questionar é dever de ofício e arte do analista.
Como há artistas e artistas, é importante ressaltar que a forma de problematizar faz diferença. Há quem questione de maneira mais superficial - ainda que todas as formas de questionar sejam válidas - e há os que pensam criticamente e com isso ampliam e aprofundam o conhecimento em psicanálise. Kellermann está, desde então, entre os que buscam o pensamento independente e ao mesmo tempo o ancoram na tradição.
– Luciana Saddi
Psicóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP), Psicanalista, Membro Associado da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo e ex-Editora da International Psychoanalytical Studies Organization. Principal área de interesse acadêmico: relação do sujeito com a tecnologia, cultura e internet. Co-host do podcast Lá Fora: coisas do mundo pelo olhar da psicanálise.
Prefácio: breves reflexões sobre um “DNA” epistemológico
Marion Minerbo
Prólogo
1. Viver conectado, subjetividade no mundo contemporâneo
2. Onde é aqui e quando é agora? Considerações sobre a transferência em análises online
3. Mundo externo, mundo virtual, mundo interno: deslizamentos
4. A nova e coletiva mídia pornográfica
5. A questão do íntimo na internet: youtubers como psicanálise do cotidiano
6. Exaustão: como os algoritmos estão tecendo o sofrimento psíquico da hiperconectividade
7. Podcast Lá fora: coisas do mundo atual pelo olhar da psicanálise
8. Notas psicanalíticas sobre a relação entre o sujeito e o mundo digital, sobrevoo por uma década