Com a crise da energia, o problema do condicionamento térmico das habitações e ambientes industriais, tanto de inverno como de verão, está sendo encarado sob novos prismas.
Realmente, o homem, ofuscado pelas suas maravilhosas descobertas tecnológicas, esqueceu-se dos recursos que a natureza pôs à sua disposição para seu conforto térmico. Assim, a proteção dequada contra a insolação no verão; o amortecimento das variações de temperatura por meio de materiais de grande inércia térmica; a ventilação com ar tomado em micro climas favoráveis; o aproveitamento da insolação no inverno; o isolamento racional de superfícies externas para proteger os ambientes habitados contra trocas indesejáveis de calor e condensação permitem-nos afirmar que , na maior parte do Brasil, o condicionamento térmico das habitações por meios puramente naturais (ao menos no que diz respeito à temeperatura) é perfeitamente possível.
No mínimo uma melhoria substancial quanto ao conforto térmico no interior das habitações pode ser obtida economicamente com o uso de técnicas construtivas simples, mas racionais, que visem ao aproveitamento das condições favoráveis da natureza para o condicionamento ambiental.
Tendo em mente o exposto e observando os nossos espigões de concreto sem proteção contra insolação; sem inércia térmica (materiais leves); afastados dos recursos naturais (da terra, da vegetação, etc.); e com ar condicionado, não podemos deixar de notar o absurdo da Arquitetura moderna, fruto de uma era de exploração imobiliária e de desperdício. Esperamos, pois, com esta nossa contribuição, que os arquitetos e construtores fiquem conscientizados do principal problema das habitações, qual seja o conforto térmico, e passem a projetar e construir de maneira mais coerente com nossa própria natureza.
Engenheiro Mecânico, Eletricista e Civil, foi professor catedrático da Escola de Engenharia e da Faculdade de Arquitetura da UFRGS, onde lecionou de 1947 a 1984 várias disciplinas da área de termotécnica com vários volumes publicados sobre o assunto, tendo resolvido inúmeros problemas nesta área ao longo dos muitos anos em que atuou como consultor industrial.
Saiba mais
Capítulo 1 - Termodinâmica
1.1. Conceitos fundamentais
1.2. Primeiro princípio da termodinâmica
1.2. Segundo princípio da termodinâmica
1.3. Gases
1.5. Mistura de gases
1.6. Vapores
1.7. Ar úmido
Capítulo 2 - Mecânica dos fluidos
2.1. Generalidades
2.2 Escoamento em canalizações
2.3. Cálculo de canalizações
Capítulo 3 - Transmissao de calor
3.1. Generalidades
3.2. Transmissão de calor por condução interna
3.3. Transmissão de calor por convecção
3.4. Transmissão de calor por meio de radiação
3.5. Transmissão de calor entre dois fluidos separados por uma parede
3.6. Transmissão de calor em regime não permanente
Capítulo 4 - Calefação
4.1. Generalidades
4.2. Carga térmica de aquecimento
4.3. Calefação local
4.4. Calefação central por meio de água quente
4.5. Calefação central por meio de ar quente
4.6. Calefação solar
Capítulo 5 - Refrigeração
5.1. Generalidades
5.2. Refrigeração mecânica por meio de vapores
5.3. Fluidos frigorígenos
5.4. Elementos de uma instalação de refrigeração mecânica por meio de vapores
5.5. Refrigeração por absorção
5.6. Iinstalaçoes de refrigeração para ar condicionado
Capítulo 6 - Ventilação
6.1. Generalidades
6.2. Modificações físicas e químicas do ar ambiente e seus limites higiênicos admissíveis
6.3. Quantidades de ar necessárias à ventilação
6.4. Tipos de Ventilação
Capítulo 7 - Ar condicionado
7.1. Definições e normas
7.2. Noção de conforto térmico
7.3. Tratamento do ar
7.4. Sistemas de condicionamento de ar
7.5. Dados práticos
Capítulo 8 - Condicionamento térmico natural - Arquitetura ecológica
8.1. Definação
8.2. Meio
8.3. Regiões climáticas
8.4. A habitação
8.5. Proteção contra a insolação
8.6. Inércia
8.7. Isolamento geral
8.8. Ventilação do ambiente habitado
8.9. Condições construtivas mínimas a serem adotadas
8.10. Aquecimento e refrigeração solares
Bibliografia