A alucinação do psicanalista como recurso das construções em análise
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A análise de pacientes graves, que não se encaixam nas exigências do setting das análises clássicas, pode fazer com que eles se sintam desamparados, sem possibilidade de ser atendidos, além de culpados por não suportar a ajuda oferecida. Assim, eles exigem uma postura diferente do analista, na qual “a contratransferência e sua perlaboração” são fundamentais para um desfecho satisfatório.
O transbordamento pulsional que apresentam – e “injetam” na mente do outro, via identificação projetiva maciça – sobrecarrega o psiquismo do analista, que precisa usar sua sensibilidade e sua figurabilidade para favorecer o alucinar e a metaforização do material não simbólico, a fim de devolvê-lo ao paciente para que este reintegre partes clivadas do ego. Essa é uma importante questão estética da clínica com esse tipo de paciente, e a contribuição de Lizana nos ajuda muito a pensá-la.
Anette Blaya Luz
É doutora em Psicologia Clínica pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUSP) e psicanalista com formação pela Associação Sigmund Freud de Porto Alegre. É membro do Laboratório de Pesquisas em Psicanálise da USP, do Grupo Alteridade Psicanálise e Educação (GAP(E)), da Universidade Federal Fluminense, do Grupo Brasileiro de Pesquisas Sándor Ferenczi (GBPSF), do Centro de Estudos Psicanalíticos de Porto Alegre (CEPdePA) e do corpo docente do Instituto da Clínica Horizontes de Porto Alegre.
Saiba mais
Prefácio
Luís Claudio Figueiredo
Apresentação: Eu erro, tu erras, ele erra...
Daniel Kupermann
Introdução
Parte I – Por uma nova tópica de trabalho: o psiquismo do analista e sua contratransferência
1. A dimensão histórica da contratransferência e seus limites na técnica de Freud
2. Impasses clínicos: o problema da falta de perlaboração da contratransferência do analista
3. A pulsão de morte e a exigência de outro paradigma de trabalho: a alucinação do psicanalista
Parte II – A metapsicologia da contratransferência e a dinâmica do psiquismo do analista na perlaboração da contratransferência
4. A contratransferência elevada ao estatuto de conceito metapsicológico: aportes teóricos
5. Tentativas clínicas: o manejo da contratransferência em situações radicais
6. O trabalho da perlaboração da contratransferência: empatia, identificação projetiva e rêverie
Parte III – A dimensão estética da contratransferência na economia dos processos de simbolização primária
7. Êxito clínico: a estética da contratransferência
8. Zoe/Gradiva e sua alucinação: paradigma de trabalho da figurabilidade nas construções em análise
Considerações finais: a transformação da escuta psicanalítica a partir da sensibilidade clínica para construir sentido
Referências