Não é novidade a articulação da psicanálise com os Estados e suas políticas públicas. No entanto, é algo que não cessa de ser esquecido, ou colocado em segundo plano. Este trabalho de Adriana Simões Marino é uma excelente ocasião de recolocar e elaborar tais articulações, possíveis e impossíveis. O fulcro deste debate, sustentando ora por rigoroso trabalho teórico, ora por considerações históricas, é a potencial reprodução, por parte das políticas públicas, daquilo que elas pretendem combater. Para elaborar isso, a autora não poupa a psicanálise, sua história, instituições e teoria, das críticas pertinentes, sem perder as potencialidades emancipatórias dela. Tampouco deixa de lado as articulações da psicanálise com o liberalismo ideológico e econômico, especialmente quando ela pode trazer brechas e críticas a esse modelo hegemônico. Dessa forma, estamos aqui diante de um texto que traz vivo o cerne conflitivo entre psicanálise e políticas públicas, recomendado para todes não satisfeitos em ver a psicanálise reduzida ao consultório privado.
Augusto Coaracy
Psicanalista. Psicóloga pela Universidade São Marcos e graduada em Filosofia pela Universidade de São Paulo (FFLCH-USP). Especialista em Psicopatologia e Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública (FSP-USP). Mestre e doutora em Psicologia pelo Instituto de Psicologia (IPUSP). Membro do Fórum da Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano (EPFCL-BR), do coletivo Psicanálise na Praça Roosevelt e do Laboratório de Pesquisa e Extensão – Psicanálise, Sociedade e Política (PSOPOL-IPUSP). Atua como docente e supervisora na Escola Municipal de Saúde – Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo (SMS-SP) e tem experiência nas áreas clínica, saúde coletiva e em docência.
Saiba mais
Prefácio
Emília Estivalet Broide
Prólogo
Um cenário de impasses
Apresentação
Introdução
1. A psicanálise fora e dentro do Estado
2. Estado e políticas públicas na visada do bem comum
3. Os impossíveis nas políticas públicas e em psicanálise
4. Uma verdade recalcada
5. Tendências políticas da pulsão
6. Por uma política pública não-toda
7. Não-todo na política
8. Considerações finais
Referências