Este trabalho analisa, em detalhe, a cognição como ação incorporada nos processos de trabalho. Os operadores não representam um mundo externo mas pensam e agem de forma interdependente. O ponto chave neste texto é que, sem nada como uma representação interna, trabalhadores (operadores) se engajam na atividade de trabalho numa coordenação sensório-motora em resposta para mudanças ambientais. Não há ruptura na experiência entre perceber, sentir e pensar. Esta pesquisa busca responder como os processos social e cultural são demandados para desenvolver esquemas-imagem e esquemas-incorporados, os quais podem realizar pensamento abstrato usando suas capacidades para percepção e resposta motora. Este trabalho postula que as expressões lingüísticas e os processos cognitivos de nível superior evidenciam padrões dinâmicos de experiência corporal recorrente denominados esquemas-imagem. Este trabalho afirma que estes padrões podem ser estendidos a estruturas de experiências não-tácita, não-física e não-visual.
Doutor em Engenharia de Produção pela Universidade de São Paulo (USP), sob orientação do Dr. Laerte Idal Sznelwar. A Tese de Gilbert situa-se na Linha de Pesquisa Ergonomia. Esta Tese aborda a aplicabilidade prática do "EMBODIED ENACTIVE APPROACH" das Ciências Cognitivas na Ergonomia Cognitiva e nas Teorias da Ação. É Revisor da Revista Gestão & Produção da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). É Professor Adjunto da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) em: Ergonomia e Segurança do Trabalho (+ antropotecnologia) e Psicologia e Sociologia do Trabalho, da Indústria e das Organizações. É Mestre em Engenharia de Produção (Ergonomia e Organização do Trabalho) pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Uma história de vida difícil, uma formação multidisciplinar. Assim, O Prof. Gilbert caracteriza sua trajetória de muita luta para consolidar sua carreira acadêmica. Gilbert já lecionou em diversas escolas públicas de periferia e, também, em colégios particulares, para poder arcar com as despesas da Graduação em Engenharia Química pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Com muito esforço pessoal e dedicação exacerbada em aprofundamentos teóricos e filosóficos, concluiu seu mestrado em Engenharia de Produção pela UFMG, na linha de pesquisa ERGONOMIA e ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO, tendo sido orientado pelo Ph.D. Francisco De Paula Antunes Lima. O Prof. Gilbert sempre buscou adquirir uma formação multidisciplinar, tendo cursado, também, a Cadeira de "SAÚDE MENTAL E TRABALHO", com a Dra. Maria Elizabeth Antunes Lima, na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG, em 2000.
Saiba mais
1 - INTRODUÇÃO
2 - PROBLEMA DE PESQUISA E HIPÓTESES
2.1. Hipóteses de Pesquisa
3 - MENTE INCORPORADA NO TRABALHO
3.1. Distinções de Linguagem e Saber entre os diferentes domínios ontológicos de atuação
3.1.1. A Clausura na Linguagem
3.1.2. Distinções de saberes e código
3.1.3. O observador, o agente atuante e os distintos domínios cognitivos
3.1.4. Por uma intersubjetividade mínima nos sistemas de produção: A idéia da ação que gera compreensão
3.2. Embodiment e instrumentalização da atividade de trabalho
3.2.1. Sobre a Atividade Instrumental no Trabalho
3.2.2. Os instrumentos incorporados da ação competente: "Embodied Schemata"
3.2.3. "Embodied schemata" (esquemas incorporados)
3.2.4. "Embodied Schemas", Imagens e Proposições
3.3. Ação e Percepção no processo de trabalho
3.3.1. A percepção no campo de atuação (umwelt) do agente
3.3.2. Corpo e Campo de Atuação (umwelt) no Trabalho
3.3.3. Agir, pensar e representar com o corpo no processo de trabalho
4 - MÉTODOS E PROCEDIMENTOS DE PESQUISA
4.1. Procedimentos iniciais de pesquisa e o método da Análise Ergonômica do Trabalho (A.E.T.)
4.2. Procedimentos de Entrevista neste Trabalho de Pesquisa
4.3. Os procedimentos de pesquisa em seu enfoque construtivista
4.4. Cognitive Work Analysis (C.W.A.) em conjunto com AET
5 - DADOS E ANÁLISES
5.1. Procedimentos de coleta de dados e controle de variáveis
5.2. Embodiment na IPC - Indústria de processo contínuo
5.3. O caso das distinções de incorporação na fábrica de cimento
5.4. O caso do "Armazenamento na forma de patrimônio" e projeto do sistema
5.5. Regulagens nos ventiladores da grelha
5.6. O caso da incorporação na siderurgia
5.7. O caso da fábrica de peças e carrocerias: ação e percepção na produção discreta
5.8. As habilidades atuacionistas e a competência incorporada na produção discreta
5.9. Procedimentos para objetivação das habilidades atuacionistas
5.10. Um caso de estudo experimental sobre a percepção na IPD (Indústria de Produção Discreta)
6 - DISCUSSÕES DOS RESULTADOS
6.1. Sobre a ação nas atividades de trabalho nas IPC´s (Ind. Proc. Contínuo)
6.2. Sobre a ação e a percepção na fábrica de carrocerias
6.3. Competência cognitiva dos operadores do trabalho parcelado
6.4. As falhas do observador: mundos paralelos sem conexão
7 - CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS