O discurso de uma masculinidade em crise é milenar. Seus primeiros registros remontam à Roma Antiga, quando, em 195 a.C., Catão já escrevia: “as mulheres tornaram-se tão poderosas que nossa independência está comprometida dentro de nossas próprias casas, ridicularizada, espezinhada em público”. Neste livro, o professor Dupuis-Déri analisa com rigor e ironia esse discurso de crise ao longo dos tempos e nas mais diversas sociedades. Muitas vezes revestido de uma crítica ao feminismo, esse discurso busca muito mais emplacar uma agenda antiemancipação feminina do que propor uma solução. Crise da masculinidade é o nome que esses homens dão para seus mal-estares e para o eterno desencontro com o outro sexo por tomá-lo como sexo oposto.
Paulo Victor Bezerra
Professor do departamento de Ciência Política, Francis Dupuis-Déri é filiado ao Instituto de Pesquisas e Estudos Feministas (Institut de recherches et d'études féministes – IREF) da Universidade do Quebec em Montreal (Université du Québec à Montréal – UQAM). Conhecido também por seu engajamento com diferentes movimentos sociais, ele já escreveu, editou e coeditou mais de vinte livros sobre antifeminismo, masculinismo, anarquia, repressão policial, guerra e democracia, entre os quais destacam-se L'étique du vampire: de la guerre d'Afghanistan et quelque horreurs du temps présent (A ética do vampiro: sobre a guerra do Afeganistão e alguns horrores do presente, em tradução livre, publicado em 2007), Démocratie: Histoire politique d'un mot (Democracia: a história política de uma palavra, publicado em 2013), ambos inéditos no Brasil, e Black Blocs (Veneta, 2014).
Saiba mais
Introdução
1. Crise ou discurso de crise?
2. Pequena história da masculinidade em crise
3. O movimento de homens dos anos 1960 até os dias atuais
4. Os pais se mobilizam
5. Crise da masculinidade ou crise econômica?
6. A crise hoje: quais são os sintomas e quais são os discursos?
Conclusão
Advertências
Agradecimentos
Anexo