Condições Estruturais e Superestruturais de Produção no Capitalismo Tardio
O objetivo deste trabalho é indicar as relações entre sociedade e natureza. No entanto neste processo inevitável de produção de uma materialidade e espaço especificamente humanos (espaço antropogênico) para suprir as necessidades da espécie, instaurar-se uma totalidade de relações na sociedade, na natureza e na produção dos suprimentos de energia para manter as atividades sociais em qualquer estágio de desenvolvimento. Mais verdadeiro ainda quando se está na sociedade que mais consome as fontes de energia e de matérias-primas do planeta: o capitalismo tardio.
A partir desta articulação inicial entre sociedade, natureza e o estabelecimento de relações que só podem ser entendidas como extremamente complexas que constituem uma totalidade determinada é que se põe a questão do papel deste entendimento para o planejador energético nos níveis econômico, geopolítico e ideológico. O entendimento dentro deste patamar mais afastado da técnica direta do planejamento e mais integrado na esfera social leva à compreensão do planejador dentro dos interesses subjacentes às políticas energéticas. Eleva-se a visão da técnica para a complexidade social e o jogo de interesses econômicos que se deve enfrentar nas políticas energéticas. Para isso torna-se necessário uma articulação teórica. Esta obra é parte de um estudo mais abrangente que resultou em um trabalho muito extenso. Publicam-se aqui apenas os momentos teóricos e conceitos decisivos para que o leitor interessado na realidade social na qual vive - e não apenas o planejador ou engenheiro da energia - entenda estas relações fundamentais em nosso mundo e os rumos que o mesmo vem a tomar. Rumos nem sempre agradáveis e claros, muitas vezes permeados de aspectos sombrios e que se desdobram para o irracional da civilização que nos abriga.
O autor é formado em Ciências Econômicas pela UNESP de Araraquara onde também fez o seu mestrado em Sociologia estudando o filósofo húngaro Geog Lukács. Doutorou-se em Planejamento Energético na UNICAMP procurando enfatizar as condições estruturais de produção em um mundo refém das finanças parecendo quase virtual e eterno. Atualmente leciona e realiza projeto de pesquisa na UFABC.
Saiba mais
1 - INTRODUÇÃO
Aspectos Históricos e Metodológicos
2 - A TEORIA QUE FUNDAMENTA A PRÁTICA
2.1. O espaço como condição natural indispensável
2.2. "Ciência da história", forças produtivas e totalidade
2.3. Materialidade e civilização
3 - GEOPOLÍTICA E ENERGIA
3.1. Uma tríade dialética
3.2. O sistema energético mundial e a geopolítica
3.3. Classes, elites e geopolítica
3.4. Conclusões
4 - A IDEOLOGIA DO CAPITAL GLOBAL
4.1. Desenvolvimento histórico do irracionalismo
4.2. Expressões ideológicas atuais
4.2.1. Conteúdo e difusão ativa da ideologia
4.2.2. Teorias contra a totalidade
4.2.3. A ideologia como mercadoria nos mass media
4.2.4. A destruição da totalidade e seus aspectos teóricos
4.2.5. A destruição da totalidade e reprodução do capital
4.2.6. Da destruição da totalidade à alternativa social
4.3. Irracionalismo e energia
5 - ESPAÇO NATURAL E SUPERAÇÃO
6 - CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS FINAIS
BIBLIOGRAFIA