Desde os anos 1990 quando Pedro Luiz Pereira de Souza e Lucy Niemeyer lançaram seus livros sobre a história do ensino da ESDI, algumas pesquisas e publicações se debruçaram sobre a trajetória do ensino do Design no País. Destacam-se os trabalhos de Ethel Leon sobre o curso pioneiro de 1951 no MASP, de Rita Couto que tratou da trajetória das referências oficiais para os currículos de graduação em Design no Brasil, com ênfase nas Diretrizes Curriculares Nacionais, de Ana Paula Coelho de Carvalho que revelou as origens e as bases do ensino paulistano do Design, com grande influência dos campos da Arte e da Arquitetura, de Dora Souza Dias sobre o ensino de Comunicação Visual na FAU USP dos anos 1960 e de Ana Luiza Cerqueira Freitas sobre a criação e a primeira fase do curso de Design da FUMA/MG. Neste sentido o trabalho de Eduardo Ferreira traz uma contribuição, a meu ver, valiosa, pois trata especificamente da constituição da principal referência oficial
para criação de cursos e para a formação profissional nas primeiras décadas de
existência do ensino superior em Design no país. Foi por meio dos currículos mínimos
de 1969 e 1987 que se formaram boa parte das gerações de designers que atuaram dos anos 1970 até a entrada do século XXI. Mentalidades, ideias e visões sobre a atuação profissional foram forjadas e consolidadas durante o período de estabelecimento dessas referências oficiais e algumas dessas ideias ainda hoje são influentes ou se relacionam a questões vivas no presente. Ideias consagradas e ideias divergentes deste processo de constituição são demonstradas pela dissertação de Eduardo Ferreira a partir de um intenso trabalho de recuperação e tratamento de fontes primárias como deve ser uma boa
pesquisa de História do Design no Brasil.