Trata-se, afinal, de perseguir um fio, histórico e subjetivo, que possa entrelaçar e conferir sentido a experiências diversas em tempos diversos. Eis o desafio narrativo: como expor, compor e problematizar uma indagação que se espraia em várias ordens de experiências individuais e coletivas?
Salete de Almeida Cara
Intensamente motivado e inspirado, então, pela arte e a autobiografia de Chagall, David vai, pouco a pouco, penetrando, não sem resistência, nas esferas do inconsciente e tomando contato com seu “passado presente”. Daí as lágrimas:
“A imprevisibilidade e as transgressões ilógicas, frequentes nos desenhos infantis, estavam ali presentes, representando modos de vida daquela gente e época. Evocavam sentimentos e lembranças de algo nunca vivido, mas presente em meu ser, escondido em arquivos inconscientes. Tomado de súbita pressão explodi em lágrimas que me constrangeram”.
Izidoro Blikstein
Psiquiatra e analista didata da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP). Especialista nas áreas da infância e da adolescência. PhD em
História Social (USP). Assistente estrangeiro da Faculdade de Medicina da Paris V. Foi diretor administrativo da SBPSP e editor da Revista Brasileira de Psicanálise. Membro fundador e do conselho da Associação Brasileira de Psicanálise de Casal e Família (ABPCF). Autor dos livros: Meu pai, um desconhecido (Blucher, 2022); A vida?… É logo ali (Blucher, 2018); Entre elos perdidos (Imago, 2011); Um monge no divã (Casa do Psicólogo, 2007); e Adolescência: reflexões psicanalíticas (Zagodoni, 1998), e organizador dos livros: Dicionário de psicanálise de casal e família (Blucher, 2021); Adolescência e violência: ações comunitárias na prevenção – “Conhecendo, articulando, integrando e multiplicando” (Casa do Psicólogo, 2001); Adolescência: pelos caminhos da violência – A psicanálise na prática social (Casa do Psicólogo, 1998); e Adolescência e violência: consequências da realidade brasileira (Casa do Psicólogo, 1997).
Saiba mais
Agradecimentos
Prefácio
Izidoro Blikstein
1. Paris, fevereiro de 2013: exposição Entre guerra e paz
2. Chagall e minha vida
3. Migrações
4. Odessa, primavera/verão de 1905
5. Odessa, outubro de 1905
6. Odessa, inverno de 1907
7. Odessa, 1914
8. Odessa, 1917
9. Odessa, 1918-1919: a chegada do comunismo
10. Odessa, 1919-1920: a fuga
11. Lvov, 1921
12. Berlim-Danzig, 1922-1924
13. Cherbourg (França), 1924: a viagem
14. Recife, 1924-1928
15. São Paulo, 1928-
16. Reencontro com o passado
17. Odessa, 2018
Referências