Este livro, é uma tentativa de cartografar a obra de Fernando Pessoa, foi desenvolvido no decorrer do mestrado da Profa. Dra. Nyvia Cristina Bandeira de Castro. A hipótese que sustenta o desenvolvimento deste trabalho é que os vários heterônimos pessoanos nada mais são do que corpos-texto: desestruturação e atualização presentes na prática criativa do autor, e que o expõe numa condição de finito e limitado, exigindo dele um eterno recomeço.Tal prática criativa torna impossível a existência de uma identidade fixa, constante e ilimitada, exigindo do autor uma recriação incessante.
No processo criativo pessoano predomina segundo a autora, uma "vontade de expansão" na qual vale tudo. Tudo que esteja a serviço da criação Fernando Pessoa incorpora, isto é, traz para dentro do corpo literário. O mapeamento desse Pessoa, que se apresenta como a própria produção do diverso, é o que se coloca aqui, como objetivo deste texto.
É graduada em Psicologia pela Universidade Federal de Uberlândia (1982), Mestre em Psicologia (Psicologia Clínica) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1988) e Doutora em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1993). Atualmente é professora nível IV da Universidade Anhembi Morumbi. Tem experiência na área de Comunicação e Semiótica, com ênfase em Comunicação, atuando principalmente nos seguintes temas: comunicação,psicanalise, análise do discurso e linguagem.
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CONSIDERAÇÕES INTRODUTÓRIAS
CAPÍTULO 1
Da Orla da vida ao âmago da arte
A viagem imóvel - A diversidade pessoana - O caráter múltiplo de processo criativo - A efetuação da máquina de expressão - Leitor, o cúmplice - Pessoa: o inventor de saídas - Édipo por clichê - O desvio - A reversão do Édipo: desediapianização.
CAPÍTULO 2
Do plural ao singular
O movimento intratextual - A questão do desejo - Os heterônimos: movimento de alçar-se a superfície -Despersonalização: a forma de ser plural - O rosto heteronímico como campo ilimitado de forças - Estratégia da subjetividade: singularizar - cada heterônimo, um agenciamento de forças.
CAPÍTULO 3
Do processo criativo
Profundidade versus superfície - Lucidez e loucura - A questão do paradoxo - Operadores, executantes, abortadores do processo: traços de rostidade, excedentes e refrão - Entre o pensar e o fazer - O Real - O sonho.
CAPÍTULO 4
Da efetuação dos personagens
A questão da multiplicidade - A Obra: uma reação químico literário - A organização dos traços de rostidade em heterônimos - A presença dos traços de rostidade em um semi -heterônimo - A consistência e diluição do traçado.
CAPÍTULO 5
Das transições
Os excedentes - O refrão.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS