A proposta deste livro é desafiadora: testar, como em um balão de ensaio da vida real, o poder explicativo que teorias clássicas e modernas da Psicologia Social, formuladas desde os anos de 1930, têm para o entendimento do racismo no Brasil. O desafio se torna ainda maior porque, até onde vai nosso conhecimento, essa tarefa ainda não foi tentada. Trata-se de algo importante, uma vez que ouvimos sempre iniciantes e até iniciados no tema do racismo declararem, peremptoriamente, que teorizações importadas não explicam o fenômeno no Brasil, apenas ilustram nossa colonização intelectual, ou, no outro extremo, assiste-se ao empréstimo de teorias e modelos analíticos sem a necessária contextualização à nossa realidade. As duas posturas, seja por excesso, seja por falta de senso crítico, acabam por não contribuir muito para a evolução de linhas de investigação na psicologia social do racismo no país. Esperamos, assim, descortinar possibilidades de análise e estimular novos autores da Psicologia Social no interesse pelo tema.
Marcus Eugênio Oliveira Lima é graduado em Psicologia e mestre em Psicologia Social pela Universidade Federal da Paraíba, doutor em Psicologia Social pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE-PT) e realizou estágio pós-doutoral no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e na School of Psychology da Universidade de Queensland. Desenvolve pesquisas no âmbito da psicologia social, com ênfase em preconceitos, racismo e desumanização. É professor do Departamento e do Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal de Sergipe. Em 2020, publicou o livro Psicologia social do preconceito e do racismo (Blucher). Atualmente, desenvolve projetos de combate aos preconceitos e intolerâncias em escolas públicas do ensino básico.
Prefácio
Introdução
1. O racismo e as explicações de nível intraindividual: modelos motivacionais
2. O racismo e as explicações psicossociais de nível interindividual: modelos cognitivo-afetivos
3. O racismo e as explicações psicossociais de nível posicional
4. O racismo e as explicações psicossociais de nível ideológico
5. Considerações finais
Referências