Adriano Messias é considerado o pesquisador que trouxe o tema do Antropoceno para o cenário pensante brasileiro. E esta obra, que continua sua pesquisa em Todos os monstros da Terra: bestiários do cinema e da literatura (Blucher), é de interesse para estudiosos do cinema, da psicanálise, da semiótica e das ciências humanas e sociais em geral. Aqui estão em diálogo filmes e séries para se estudar o mal-estar na civilização em chave freudo-lacaniana.
O que será que filmes de Guillermo del Toro, Alfred Hitchcock, David Lynch, Ridley Scott, Álex de la Iglesia e Paul Urkijo podem nos dizer sobre as expressões sintomáticas de nosso tempo, que tanto informam sobre o Antropoceno? Afinal, a cada época, suas formas de gozo e seus respectivos sintomas, como diria Jacques Lacan.
Além disso, Adriano Messias faz uma abordagem transdisciplinar instigante e provocadora que vai da visão aristotélica sobre o monstruoso, passando pelo grande médico Ambroise Paré – precursor da teratologia –, até chegar às parafernálias tecnológicas de hoje. E todos esses elementos ajudam a conformar a arquitetura cultural que nos coloca frente ao temido Outro e nos põe a encarar esse bicho desenfreado chamado “angústia”.
Tem dois pós-doutorados em Tecnologias da Inteligência e Design Digital (PUC-SP/Fapesp). Foi pesquisador na Universitat Autònoma de Barcelona (UAB) em 2016 (Fac. de Filosofia e Letras) e em 2018-2019 (Fac. de Ciências da Comunicação). É doutor em Comunicação e Semiótica (PUC-SP/Fapesp), tendo realizado pesquisas na Université Paris 8 (Psicanálise), Université Paris 3 (Cinema) e Universidad de Buenos Aires (Psicanálise). Também passou pela Escuela Lacaniana de Psicoanálisis del Campo Freudiano (ELP), de Barcelona. Tem mestrado em Comunicação Social (UFMG) e graduações em Jornalismo e Letras. Recebeu o Prêmio Jabuti pelo livro Todos os monstros da Terra: bestiários do cinema e da literatura (editado pela Blucher). Possui mais de 150 obras de ficção para crianças e jovens publicadas no Brasil e no exterior.
Saiba mais
Nota do autor
Apresentação
1. Da angústia, da fobia e de outros bichos
O alien de Ridley Scott e o louva-a-deus de Lacan
2. Revoluções da plasticidade
3. A condição humana como monstruosidade
A tecnologia, demasiadamente humana
Uma espécie sempre trans
4. O fascínio pelos sociopatas na ficção audiovisual
“As corujas não são o que parecem”: o bestiário de Twin Peaks
5. Guillermo del Toro e seus monstros humanizados
A prótese da perna, o laboratório dos natimortos, a bomba pulsátil e o fantasma digitalizado
O monstro tardomedieval na Espanha franquista
A máquina pulsional de A Colina Escarlate
A forma de um monstro
O labirinto dos seres desprezados
Motivos do cinema fantástico espanhol
6. A crise do humano em Errementari: o ferreiro e o diabo
O diabo e o desejo
Motivos do cinema espanhol em Errementari
O diabo como paradigma
7. Elogio aos monstros
A velha a grasnar
Meu monstro de estimação
Monstruário
O, tempora! O, mores!
O fim do humano?
O que esperar do futuro? Para onde vai o contemporâneo?
Referências
Filmografia
Filmes citados
Séries para cinema ou televisão citadas