Qual é o lugar do trabalho nesse novo estágio de desenvolvimento do capitalismo? Ainda é possível apostar nas políticas públicas do Estado? Noutras palavras, o Estado, como o fez no passado, teria poder suficiente para assegurar uma política de trabalho de pleno emprego?
Ninguém melhor do que Celso Furtado para responder a essas questões.
Otimista por natureza, como o foi, quem sabe se ele não pode trazer alguma esperança para desfazer o pessimismo que carregam as ideias até aqui desenvolvidas. Quem conhece sua obra sabe que, para ele, o desenvolvimento e o subdesenvolvimento são dimensões de um mesmo processo histórico. Eis a razão porque, segundo assim pensava, a divisão internacional do trabalho tenderia a aprofundar ainda mais a distância entre o centro e a periferia do sistema. Consequentemente, sua conclusão não poderia ser outra: as forças de mercado não seriam suficientes para superar tal estado de coisas. Daí a sua aposta na construção de um projeto político que deveria ser orientado por duas ideias-força: (1) deslocar o eixo da lógica da acumulação do lucro pelo lucro para uma lógica dos fins em função do bem-estar social e (2) incentivar a cooperação e solidariedade entre os países do centro e da periferia.
Trecho do Prefácio de Francisco José Soares Teixeira
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CAPITALISMO HOJE: ACUMULAÇÃO SEM DESENVOLVIMENTO?
CAPÍTULO 1 – Neodesenvolvimentismo e política social
CAPÍTULO 2 – A teoria do desenvolvimento “desmercadorizado”
CAPÍTULO 3 – Transformações do capitalismo contemporâneo e suas implicações para as políticas sociais
CAPÍTULO 4 – Privatização das políticas sociais na conjuntura neoliberal: os “novos modelos de gestão” e os desafios ao projeto ético-político do serviço social brasileiro
CAPÍTULO 5 – A recente produção teórica em torno dos determinantes sociais da saúde
CAPÍTULO 6 – Evolução histórica dos modelos de produção e seus reflexos sobre a desregulamentação do trabalho no Brasil: algumas considerações
CAPÍTULO 7 – A educação superior e os limites absolutos do capital: precarização do trabalhador qualificado e contradição da educação superior em tempos de crise estrutural do capital
CAPÍTULO 8 – Economia de comunhão: um estudo na perspectiva de retomada do debate ético na economia
CAPÍTULO 9 – As bases tradicionais da experiência neoliberal no Ceará: a força eleitoral dos clãs políticos familiares
CAPÍTULO 10 – A economia solidária como estratégia de inclusão: o Projeto Reviver do Cariri (cearense) e a (re) integração social de dependentes químicos
CAPÍTULO 11 – Mercado de trabalho sob o prisma das transformações no mundo rural: o caso do Baixo Jaguaribe (CE)